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Postado por
Claudio Carvalho
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Álbum: Samba Esquema Novo
Artista: Jorge Ben - "Jorge Duílio Lima Meneses"
Ano: 1963
Gravadora: Philips Records
Produção: Armando Pittigliani
Arranjos: Jorge Ben, J.T. Meirelles, Carlos Monteiro de Souza, Lindolfo Gaya, Luis Carlos Vinhas
Músicos participantes
- Jorge Ben: Violão
- Manuel Gusmão: Baixo
- Luís Carlos Vinhas: Piano
- J.T. Meirelles: Flauta, Saxofone
- Pedro Paulo: Trompete
- Dom Um Romão: Bateria
Informações
- Player com as músicas do disco está disponível logo após as faixas.
Faixas
1) Mas que Nada
(Jorge Ben)
Letra
Mas que Nada
Mas que nada Sai da minha frente, eu quero passar Pois samba está animado Que eu quero é sambar E esse samba, que é misto de maracatu É samba de preto velho Samba de preto tu Mas que nada Um samba como esse, tão legal Você não vai querer que eu chegue no finalJorge Ben
2) Tim Dom Dom
(João Mello e Clodoaldo Brito "Codó")
Letra
Tim Dom Dom
Tim tim tim tim Faz o tamborim Tim tim tim E o violão faz Tim dom batendo igual ao meu coração Você gostou quando ouviu meu samba, sambou fez a turma toda gostar do seu jeito bom de gingar, de sambarJoão Mello e Clodoaldo Brito "Codó"
3) Balança Pema
(Jorge Ben)
Letra
Balança Pema
Dom Dom Dim! Dim Dim Dom! Dom Dom Dim! Uau! Uau! Balança a Pema Balança sem parar Ah! Ah! Arrasta a sandália Arrasta até gastar Ah! Ah!..(2x) Quando você sambalança Sambalança Meu coração também Ele sambalança certinho Juntinho Com o seu vai e vem Uau! Uau!.. Balança a Pema Sacudindo bem Balança sem parar Ah! Ah! Arrasta a sandália Sacudindo bem Arrasta até gastar Ah! Ah!...(2x) Se você jurar Me ensinar Sambalançar assim Eu lhe darei Uma sandália de prata Para você sambalançar Só prá mim Uau! Uau!... Balança a Pema Balança sem parar Ah! Ah! Arrasta a sandália Arrasta até gastar Ah! Ah!..(2x) Dom Dom Dim! Dim Dim Dom! Dom Dom Dim! Uau! Uau! Arrasta até gastar! Pois quando você sambalança Sambalança Meu coração também Ele sambalança certinho Juntinho Com o seu vai e vem Uau! Uau!.. Balança a Pema Balança sem parar Ah! Ah! Arrasta a sandália Arrasta até gastar Ah! Ah!..(2x) Dom Dom Dim! Dim Dim Dom! Dom Dom Dim! Uau! Uau!Jorge Ben
4) Vem Morena, Vem
(Jorge Ben)
Letra
Vem Morena, Vem
Vem morena vem Vem morena vem sambar Vem morena vem Que o samba está a lhe esperar Pois existe naquele cantinho Um plano de estimação Uma velha bateria Para fazer a marcação Um amigo inseparável O meu violão Vem morena vem Vem morena vem sambar Vem morena vem Que o samba está a lhe esperar Sem você não vai haver samba Muito triste eu vou ficar Vem para o samba morena Não seja assim tão má Vem morena vem Vem sambarJorge Ben
5) Chove Chuva
(Jorge Ben)
Letra
Chove Chuva
Chove Chuva Chove sem parar...(2x) Pois eu vou fazer uma prece Prá Deus, nosso Senhor Prá chuva parar De molhar o meu divino amor... Que é muito lindo É mais que o infinito É puro e belo Inocente como a flôr... Por favor, chuva ruim Não molhe mais O meu amor assim...(2x) Chove Chuva Chove sem parar...(2x) Sacundim, sacundém Imboró, congá Dombim, dombém Agouê, obá Sacundim, sacundém Imboró, congá Dombim, dombém Agouê Agouê, oh! oh! oh! obá Agouê, oh! oh! oh! obá Agouê, oh! oh! oh! obá...Jorge Ben
6) É Só Sambar
(Jorge Ben)
Letra
É Só Sambar
Não adianta que eu não vou Se lá não tem samba Eu não vou, não vou Pois o que eu quero É só sambar é só sambar É só sambar amor Pois hoje eu estou inspirado Quero ir a um samba bem animado Quero mostrar para você meu amor Como eu sei sambar eu vouJorge Ben
7) Rosa, Menina Rosa
(Jorge Ben)
Letra
Rosa, Menina Rosa
Rosa, menina rosa Vem que eu quero Ver você sambar Me disseram que você Menina rosa Samba demais Mas o meu samba Vai lhe passar pra trás Pois o meu samba Tem mistério Mas é gostoso de sambar Se vocé gosta de samba Você vai ter que balançarJorge Ben
8) Quero Esquecer Você
(Jorge Ben)
Letra
Quero Esquecer Você
Quero esquecer você Mas não consigo porque Por você eu me enfeiticei Por você eu me namorei Sei que não devo Querer você tanto assim Pois esse desejo É proibido para mim Mas foi aquele beijo Sem querer Que você me deu Que o meu amor Por você nasceuJorge Ben
9) Ualá ualalá
(Jorge Ben)
Letra
Ualá ualalá
Vem vem amor Vem comigo, vem sambar Uala uala-la Eu sei que você vai gostar Pois você gosta de sambar Mas ele não espera por ninguém Pois ele é muito bom também Ele é um samba diferente Lá dos tempos de sinhá e de sinhô É um lamento Que o negô entoava pelas noites É um lamento de amor Agô ôba agô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ôJorge Ben
10) A Tamba
(Jorge Ben)
Letra
A Tamba
A conga esta chamando Vamos todos até lá Pois a tamba está tocando Hoje nós vamos sambar Ié, ié, ié, ié, ié, iá Ié, ié, ié, ié, ié, iá Desde que se foi O nosso Rei Nagô, ô, ô… Ninguém jamais fez samba Ninguém jamais cantou Ô, ô, ô, ô Um lamento ou uma canção de amorJorge Ben
11) Menina Bonita Não Chora
(Jorge Ben)
Letra
Menina Bonita Não Chora
Menina bonita não chora Menina bonita não chora Vem menina Vem e deixe de chorar Pois menina bonita não chora eu estou para aqui lhe consolar O meu amor é forte Você pode nele confiar Se voce é triste, feliz voce seráJorge Ben
12) Por Causa de Você Menina
(Jorge Ben)
Letra
Por Causa de Você Menina
Por causa de você bate em meu peito Baixinho, quase calado Coração apaixonado por você Menina, menina que não sabe quem eu sou Menina que não conhece o meu amor Pois você passa e não me olha Mas eu olho pra você Você não me diz nada Mas eu digo pra você Você por mim não chora Mas eu choro por você Você por mim não chora Mas eu choro por vocêJorge Ben
Aperte play para ouvir todo o disco ou toque no nome da faixa que deseja ouvi.
O primeiro álbum de Jorge Ben é um marco em nossa música e o blog "Music On The Run" traz um texto superbacana de Fagner Morais sobre o álbum. Segue abaixo !
"Discos para história: Samba Esquema Novo, de Jorge Ben (1963)
Estreia em estúdio do cantor é aclamada por público e crítica
História do disco
A música brasileira passava por um período de transição muito forte no início dos anos 1960. Nos primeiros 40 anos do século 20, o Brasil viu a Era do Rádio nascer e fazer parte da vida das pessoas. O advento da TV nos anos 1950, ainda que em poucos lugares, começou a mudar a roda das coisas. Inegavelmente, no final daquela década, o País fervia em criatividade em diversos aspectos da sociedade, e o João Gilberto mudou o rumo das coisas quando pegou seu violão e gravou o clássico Chega de Saudade (1958).
As coisas estavam mudando muito rápido para os tradicionalistas, enquanto quem criava estava a pleno vapor. Tom Jobim, Vinicius de Moraes e seus comparsas estavam de um lado com a "Garota de Ipanema", a Jovem Guarda de Roberto, Erasmo e Wanderléa do outro com "Splish Splash". O samba-canção, ritmo que embalou o Brasil por anos e anos, deu lugar a bossa nova e ao pop simples, mas de alcance incrível na nova geração. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo – devia ser difícil acompanhar tudo.
Mas havia um espaço a ser preenchido. Algo nem lá, nem cá. Nem bossa nova, nem rock and roll. Algo mais samba, mas nem tanto. Também não era jazz, bossa nova, samba-canção ou qualquer coisa. Aliás, era tudo isso junto. E com bastante balanço, feito para dançar. Era novo, diferente e, por isso, olhado torto por quem via de fora. Jorge Ben, antes de acrescentar um Jor ao nome artístico, era muito habilidoso no violão. Cheio de síncopes, mudanças de ritmo e uma batida dançante, ele trazia ainda mais frescor ao ritmo brasileiro.
O produtor Armando Pittigliani foi o primeiro a ouvir as canções de Jorge Ben e ficou encantado com a capacidade do jovem rapaz em aliar o antigo e o novo em algo inédito. Ele não teve dúvidas: antes mesmo de falar com a gravadora, já esquematizou a produção um compacto 78 rpm com as faixas "Mas que Nada" e "Por Causa de Você, Menina" - aliás, foi o último do tipo lançado no Brasil. Foram 100 mil cópias colocadas à venda. "Vendeu mais que pãozinho quente!", relembrou, nos anos 1990, em entrevista ao jornal 'O Globo', reproduzida pelo site 'Brasileiros' em 2014. Havia enorme potencial de sucesso ali, mesmo os críticos acreditando que era uma moda passageira. De completo desconhecido, Jorge Ben virou um fenômeno de vendas.
Para ajudar o então jovem cantor e compositor, Pittigliani convidou o Copa Trio que, com mais dois músicos, ganhou a formação conhecida por Copa 5. Meirelles, sax e flauta, o pianista Luiz Carlos Vinhas, o baterista Dom Um Romão, o trompetista Pedro Paulo e o baixista Manuel Gusmão. Foram eles os ajudantes na construção do ritmo das faixas, fundamental para dar o tom certo ao trabalho. Esses arquitetos uniram-se para fazer um dos grandes discos brasileiros de todos os tempos, já elogiado pelo produtor no texto da contracapa.
"Na sua batida tanto se destaca o baixo como o desenho rítmico de sua pontuação na maneira toda sua de tocar. Um exemplo disso é o fato de várias faixas deste disco não contarem com o contrabaixo na orquestração. Somente o violão de Jorge já da a necessária marcação dispensando, portanto, aquele instrumento de ritmo. O balanço do acompanhamento repousa quase sempre no seu violão", escreveu. A música brasileira não foi mais a mesma depois da estreia de Jorge Ben.
Resenha de Samba Esquema Novo
Uma das faixas mais universais da música brasileira, "Mas que Nada" tem um arranjo bem animado na versão original, mas o quê inegável de jazz dá uma outra pegada para a letra. É uma dessas que não envelhece e ainda consegue ganhar o mundo em pleno século 21, o que é um feito e tanto. Logo na abertura do disco, é possível ver que Jorge Ben era especial, que havia algo diferente nele. Ele entrou no ônibus e conseguiu um ótimo lugar no banco da frente e na janela.
Única música que não foi composta pelo cantor, "Tim Dom Dom" é um samba bem simples e fácil de cantar, principalmente pelo refrão. E "Balança Pema" e "Vem Morena, Vem" parecem ter sido feitas para o povo dançar sem dó. Da letra ao arranjo, as faixas de curta duração são convidativas para qualquer salão em que as pessoas queiram sambar até o dia raiar.
Um clássico do calibre de Jorge Ben é "Chove Chuva". Regravada por diversos cantores e bandas ao longo dos 50 anos de sua estreia em estúdio, a canção é cheia de suingue ao pedir aos deuses que a chuva parasse de molhar "o divino amor". Ao tornar-se um clássico, também embalou muitos romances por aí. O lado A encerra com o bonito samba "É Só Sambar" – o arranjo de cordas é dos mais bonitos.
A curta "Rosa, Menina Rosa" abre o lado B e também mostra um arranjo cheio de gingado, algo que ninguém fazia à época. "Quero Esquecer Você" traz um cantor falando "voxê" ao invés de "você". Tudo não passou de uma piada que foi levada bem à sério pelos críticos da época, mas não interfere em nada. Ao contrário, dá até um charme diferente. E "Ualá Ualalá" flerta com a bossa nova – Jorge Ben e a banda deram um toque a mais, o que faz toda diferença na questão do ritmo.
O cantor não fala muito em "A Tamba". E quem disse que precisa? É impossível ficar parado no meio de tanto suingue, já "Menina Bonita Não Chora" vem o recado: nada é melhor do que a felicidade e sempre tem alguém para ter consolar, não importa quem. A pronúncia de "voxê" volta em "Por Causa de Você Menina", outro delicioso clássico do álbum, que une o R&B, jazz e samba em uma faixa só.
É difícil sair a mesma pessoa depois de ouvir Samba Esquema Novo. Jorge Ben reinventou certos aspectos da música brasileira ao acrescentar uma batida mais animada nas faixas. O vocabulário também foi revolucionário, além de evocar algumas das entidades do candomblé sem nenhuma vergonha. Se o Brasil estava entre a bossa nova e a jovem guarda, Jorge Ben não ficou de nenhum lado. Nem no meio. Ele criou seu próprio espaço, se instalou e ficou por lá mesmo."
Fragmento do texto de Fagner Morais.
Para saber mais sobre o mestre Ben, acesse:
Referências
O primeiro álbum de Jorge Ben é um marco em nossa música e o blog "Music On The Run" traz um texto superbacana de Fagner Morais sobre o álbum. Segue abaixo !
"Discos para história: Samba Esquema Novo, de Jorge Ben (1963)
Estreia em estúdio do cantor é aclamada por público e crítica
História do disco
A música brasileira passava por um período de transição muito forte no início dos anos 1960. Nos primeiros 40 anos do século 20, o Brasil viu a Era do Rádio nascer e fazer parte da vida das pessoas. O advento da TV nos anos 1950, ainda que em poucos lugares, começou a mudar a roda das coisas. Inegavelmente, no final daquela década, o País fervia em criatividade em diversos aspectos da sociedade, e o João Gilberto mudou o rumo das coisas quando pegou seu violão e gravou o clássico Chega de Saudade (1958).
As coisas estavam mudando muito rápido para os tradicionalistas, enquanto quem criava estava a pleno vapor. Tom Jobim, Vinicius de Moraes e seus comparsas estavam de um lado com a "Garota de Ipanema", a Jovem Guarda de Roberto, Erasmo e Wanderléa do outro com "Splish Splash". O samba-canção, ritmo que embalou o Brasil por anos e anos, deu lugar a bossa nova e ao pop simples, mas de alcance incrível na nova geração. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo – devia ser difícil acompanhar tudo.
Mas havia um espaço a ser preenchido. Algo nem lá, nem cá. Nem bossa nova, nem rock and roll. Algo mais samba, mas nem tanto. Também não era jazz, bossa nova, samba-canção ou qualquer coisa. Aliás, era tudo isso junto. E com bastante balanço, feito para dançar. Era novo, diferente e, por isso, olhado torto por quem via de fora. Jorge Ben, antes de acrescentar um Jor ao nome artístico, era muito habilidoso no violão. Cheio de síncopes, mudanças de ritmo e uma batida dançante, ele trazia ainda mais frescor ao ritmo brasileiro.
O produtor Armando Pittigliani foi o primeiro a ouvir as canções de Jorge Ben e ficou encantado com a capacidade do jovem rapaz em aliar o antigo e o novo em algo inédito. Ele não teve dúvidas: antes mesmo de falar com a gravadora, já esquematizou a produção um compacto 78 rpm com as faixas "Mas que Nada" e "Por Causa de Você, Menina" - aliás, foi o último do tipo lançado no Brasil. Foram 100 mil cópias colocadas à venda. "Vendeu mais que pãozinho quente!", relembrou, nos anos 1990, em entrevista ao jornal 'O Globo', reproduzida pelo site 'Brasileiros' em 2014. Havia enorme potencial de sucesso ali, mesmo os críticos acreditando que era uma moda passageira. De completo desconhecido, Jorge Ben virou um fenômeno de vendas.
Para ajudar o então jovem cantor e compositor, Pittigliani convidou o Copa Trio que, com mais dois músicos, ganhou a formação conhecida por Copa 5. Meirelles, sax e flauta, o pianista Luiz Carlos Vinhas, o baterista Dom Um Romão, o trompetista Pedro Paulo e o baixista Manuel Gusmão. Foram eles os ajudantes na construção do ritmo das faixas, fundamental para dar o tom certo ao trabalho. Esses arquitetos uniram-se para fazer um dos grandes discos brasileiros de todos os tempos, já elogiado pelo produtor no texto da contracapa.
"Na sua batida tanto se destaca o baixo como o desenho rítmico de sua pontuação na maneira toda sua de tocar. Um exemplo disso é o fato de várias faixas deste disco não contarem com o contrabaixo na orquestração. Somente o violão de Jorge já da a necessária marcação dispensando, portanto, aquele instrumento de ritmo. O balanço do acompanhamento repousa quase sempre no seu violão", escreveu. A música brasileira não foi mais a mesma depois da estreia de Jorge Ben.
Resenha de Samba Esquema Novo
Uma das faixas mais universais da música brasileira, "Mas que Nada" tem um arranjo bem animado na versão original, mas o quê inegável de jazz dá uma outra pegada para a letra. É uma dessas que não envelhece e ainda consegue ganhar o mundo em pleno século 21, o que é um feito e tanto. Logo na abertura do disco, é possível ver que Jorge Ben era especial, que havia algo diferente nele. Ele entrou no ônibus e conseguiu um ótimo lugar no banco da frente e na janela.
Única música que não foi composta pelo cantor, "Tim Dom Dom" é um samba bem simples e fácil de cantar, principalmente pelo refrão. E "Balança Pema" e "Vem Morena, Vem" parecem ter sido feitas para o povo dançar sem dó. Da letra ao arranjo, as faixas de curta duração são convidativas para qualquer salão em que as pessoas queiram sambar até o dia raiar.
Um clássico do calibre de Jorge Ben é "Chove Chuva". Regravada por diversos cantores e bandas ao longo dos 50 anos de sua estreia em estúdio, a canção é cheia de suingue ao pedir aos deuses que a chuva parasse de molhar "o divino amor". Ao tornar-se um clássico, também embalou muitos romances por aí. O lado A encerra com o bonito samba "É Só Sambar" – o arranjo de cordas é dos mais bonitos.
A curta "Rosa, Menina Rosa" abre o lado B e também mostra um arranjo cheio de gingado, algo que ninguém fazia à época. "Quero Esquecer Você" traz um cantor falando "voxê" ao invés de "você". Tudo não passou de uma piada que foi levada bem à sério pelos críticos da época, mas não interfere em nada. Ao contrário, dá até um charme diferente. E "Ualá Ualalá" flerta com a bossa nova – Jorge Ben e a banda deram um toque a mais, o que faz toda diferença na questão do ritmo.
O cantor não fala muito em "A Tamba". E quem disse que precisa? É impossível ficar parado no meio de tanto suingue, já "Menina Bonita Não Chora" vem o recado: nada é melhor do que a felicidade e sempre tem alguém para ter consolar, não importa quem. A pronúncia de "voxê" volta em "Por Causa de Você Menina", outro delicioso clássico do álbum, que une o R&B, jazz e samba em uma faixa só.
É difícil sair a mesma pessoa depois de ouvir Samba Esquema Novo. Jorge Ben reinventou certos aspectos da música brasileira ao acrescentar uma batida mais animada nas faixas. O vocabulário também foi revolucionário, além de evocar algumas das entidades do candomblé sem nenhuma vergonha. Se o Brasil estava entre a bossa nova e a jovem guarda, Jorge Ben não ficou de nenhum lado. Nem no meio. Ele criou seu próprio espaço, se instalou e ficou por lá mesmo."
Fragmento do texto de Fagner Morais.
Para saber mais sobre o mestre Ben, acesse:
Baixe o disco clicando no link ao lado: Samba Esquema Novo (OBS: Caso não haja visualização da pasta com as faixas, clique em Download e depois em Fazer download mesmo assim)
- http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/consulta/detalhe.php?Id_Disco=DI02890
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Carlos_Vinhas
- http://dicionariompb.com.br
- https://parallelrealitiesstudio.wordpress.com/2013/02/14/gaya-e-sua-orquestra-boa-viagem-1960/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Samba_Esquema_Novo
- https://pt.wikipedia.org/wiki/J._T._Meirelles
- https://www.musicontherun.net/2017/01/discos-para-historia-samba-esquema-novo-jorge-ben-1963.html
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