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Chico Buarque - Chico Buarque de Hollanda | 1966


Álbum: Chico Buarque de Hollanda
Artista: Chico Buarque - "Francisco Buarque de Hollanda"
Ano: 1966
Gravadora: RGE
Arranjo: Grancisco de Mores
Produção: Manoel Barenbein
Técnico de Gravação: Stélio Carlini
Direção Artística: Júlio Nagib
Layout e Fotos: Dirceu Côrte-Real

Músicos participantes

Luiz Loy Quinteto
  • Luís Loy: Piano
  • Papudinho: Pistom
  • Mazzola: Saxofone
  • Bandeira: Contrabaixo
  • Zinho: Bateria
Informações
  • Player com as músicas do disco está disponível logo após as faixas. 
  • Demais músicos não creditados.
Curiosidade
  • Este é o disco de estréia de Chico Buarque.
  • O álbum foi relançado nos anos de 1995 e 1997.

Faixas

1) A Banda
(Chico Buarque)


2) Tem Mais Samba
(Chico Buarque)


3) A Rita
(Chico Buarque)


4) Ela e Sua Janela
(Chico Buarque)


5) Madalena Foi Pro Mar
(Chico Buarque)


6) Pedro Pedreiro
(Chico Buarque)


7) Amanhã, Ninguém Sabe
(Chico Buarque)


8) Você Não Ouviu
(Chico Buarque)


9) Juca
(Chico Buarque)


10) Olê Olá
(Chico Buarque)


11) Meu Refrão
(Chico Buarque)


12) Sonho De Um Carnaval
(Chico Buarque)


Aperte play para ouvir todo o disco ou toque no nome da faixa que deseja ouvi.

Gostaria de compartilhar com vocês o trecho de um texto de Leonardo Lichote, no site o Globo na coluna de Cultura, intitulado: "Inspiração de meme, disco de estreia de Chico faz 50 anos em 2016". Nele estão contidas algumas informações sobre o disco.

"...
Produtor do disco “Chico Buarque de Hollanda”, de 1966, Manoel Barenbein não se lembra de onde partiu a ideia de fazer as duas faces antagônicas do compositor na capa:
— Nessa época, eu cuidava apenas da gravação em estúdio. A parte de arte era do Júlio Nagib (morto em 1983) — conta Barenbein. — Imagino que ele, Chico e Dirceu Corte-Real (que assina as fotos e o lay-out na ficha técnica do álbum) conversaram e chegaram juntos a essa ideia do Chico sorrindo e do Chico triste.

Naquela época, aos 22 anos, Chico era saudado como uma revelação altamente promissora. Por um lado, pelos compactos que já tinha lançado com “Pedro pedreiro”, “Sonho de um carnaval”, “Olê, olá” e “Meu refrão”. Por outro, por seu trabalho musicando o poema “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto, para o teatro. Mas, sobretudo, graças ao fenômeno “A banda”, vencedora, em outubro de 1966, do II Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record (empatada com “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, cantada por Jair Rodrigues) — o compacto de Nara Leão com a música vendeu 100 mil cópias em uma semana.

A gravadora RGE sabia que não poderia dispensar aquela popularidade — havia chegado a hora de lançar um álbum completo com a primeira safra das canções de Chico. O compositor já morava no Rio na época, e o estúdio era em São Paulo. Como Chico tinha outros compromissos na capital fluminense ao longo da semana, fizeram um esquema especial de gravação, abrindo o estúdio excepcionalmente aos domingos.

—Foi uma dificuldade conseguir reunir no domingo os técnicos de gravação e os músicos — lembra Barenbein. — No primeiro dia, marcamos às 14h. Chico não chegava, alguns músicos reclamando que “pô, o cara nem tem um disco e já é astro”... Quando bateu 15h30m, que era o nosso limite de espera, ele ainda não tinha aparecido. Eu disse: “Vambora”. Quando abrimos a porta do estúdio, o táxi de Chico parou, ele desceu correndo, pediu desculpas e voltamos todos correndo para gravar “A Rita” e “Juca”, as primeiras que registramos.

O álbum — que trazia canções que nasciam clássicas, como “A banda”, “A Rita”, “Pedro pedreiro”, “Olê, olá” — foi louvado pela crítica. No GLOBO, Sylvio Tullio Cardoso, que o chamou de “um disco perfeito” escreveu: “Lá está relativizada e mais otimista a filosofia de um Noel, lá está a riqueza melódica de um Vadico, lá está o balanço de um Janet de Almeida, um Vassourinha, um Ciro, um Mário Reis devidamente atualizado pela batida moderna de Toquinho (...). A música popular brasileira se reencontrou com Chico Buarque de Hollanda”.

No texto do encarte do disco, o próprio Chico lança seu olhar sobre as canções: “É preciso confessar que à experiência com a música de ‘Morte e vida Severina’, devo muito do que aí está. Aquele trabalho garantiu-me que melodia e letra devem e podem formar um só corpo. Assim foi que procurei frear o orgulho das melodias, casando-as, por exemplo, ao fraseado e repetição de ‘Pedro pedreiro’, saudosismo e expectativa de ‘Olê, olá’, angústia e ironia de ‘Ela e sua janela’, alegria e ingenuidade de ‘A banda’ etc”. No fim, brincava com as imagens da capa que, 50 anos depois, mantêm sua força: “Enfim, cabe salientar a importância do limão galego para a voz rouca de cigarros, preocupações e gols do Fluminense (só parei de chupar limão para tirar fotografias)”."
Leonardo Lichote

Link de acesso ao texto completo:
 "Inspiração de meme, disco de estreia de Chico faz 50 anos em 2016"


Comentário completo de Chico, sobre o disco:
"Pouco tenho a dizer além do que vai nestes sambas. De "Tem mais samba" a "Você não ouviu" resumo 3 anos da minha música.
E nestas linhas eu pretendia resumir a origem de tudo isso. Mas o samba chega à gente por caminhos longos e estranhos, sem maiores explicações. A música talvez já estivesse nos balões de junho, no canto da lavadeira, no futebol de rua...
É preciso confessar que a experiência com a música de "Morte e vida Severina", devo muito do que aí está. Aquele trabalho garantiu-me que melodia e letra devem e podem formar um só corpo. Assim foi que, procurei frear o orgulho das melodias, casando-as, por exemplo, ao fraseado e repetição de "Pedro pedreiro", saudosismo e expectativa de "Olê, olá", angústia e ironia de "Ela e sua janela", alegria e ingenuidade de "A banda" etc. Por outro lado a experiência em partes musicais (sem letra) para teatro e cinema, provou-me a importância do estudo e da pesquisa musical, nunca como ostentação e afastamento do "popular", mas sim como contribuição ao mesmo.
Quanto à gravação em si, muito se deve à dedicação e talento do Toquinho, violonista e amigo de primeira. Franco e Vergueiro foram palpiteiros oportunos, Mané Berimbau com seus braços urgentes foi um produtor eficiente, enquanto que Mug assistiu a tudo com santa seriedade. Enfim, cabe salientar a importância do limão galego para a voz rouca de cigarros, preocupações e gols do Fluminense (só parei de chupar limão para tirar fotografias. Sem mais, um abraço e até a próxima."
Chico Buarque

Para saber mais sobre Chico Buarque e Luiz Loy Quinteto acesse:
Baixe o disco clicando no link ao lado: Chico Buarque de Hollanda (OBS: Caso não haja visualização da pasta com as faixas, clique em Download e depois em Fazer download mesmo assim

Referências
  • http://www.chicobuarque.com.br
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Buarque_de_Hollanda_(%C3%A1lbum)
  • https://oglobo.globo.com/cultura/musica/inspiracao-de-meme-disco-de-estreia-de-chico-faz-50-anos-em-2016-18398846
  • http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/consulta/detalhe.php?Id_Disco=DI00754
  • http://maisumadofalsario.blogspot.com/2016/03/1966-chico-buarque-de-hollanda.html
Colaboradores:
Web Interface: Felipe Kogati, Leonardo Honório

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