Destaque

Wilson Moreira e Nei Lopes - A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes | 1980


Álbum: A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes
Artistas: Wilson Moreira e Nei Lopes
Ano: 1980
Gravadora: EMI-ODEON
Arranjos: Maestro Rogério Rossini
Produção: Genaro
Técnicos de Gravação: Dacy, Bill
Técnico de Mixagem: Nivaldo Duarte

Músicos participantes
  • Coro: Conjunto Nosso Samba, As Gatas
  • Rogério Rossini: Violão 
  • Dino 7 Cordas: Violão 7 Cordas
  • Carlinhos: Cavaquinho
  • Alceu Maia: Cavaquinho
  • Afonso: Bandolim 
  • Nelsinho do Trombone: Trombone 
  • Netinho: Clarinete 
  • Geraldo: Flauta 
  • Julinho: Acordeon 
  • Aladim: Bateria 
  • Ritmo: Conjunto Nosso Samba, Mestre Marçal, Luna, Eliseu, Geraldo Bongô, Caboclinho, Cabelinho, Testa, Zezinho Trambique
Informações
  • Player com as músicas do disco está disponível logo após as faixas. 
Faixas

1) Pot-Pourri
Só Chora Quem Ama 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)

Goiabada Cascão 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)

Mel e Mamão com Açúcar 
(Wilson Moreira)

Coisa da Antiga 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)

2) Coité, Cuia 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)


3) Pot-Pourri
Gotas de Veneno 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)

Senhora Liberdade 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)

4) Noventa Anos de Abolição (G.R.A.N. Escola de Samba Quilombo) 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)


5) Silêncio de Bamba 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)


6) Pot-Pourri 
Samba do Irajá 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)

Não Foi Ela 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)

7) Candongueiro 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)


8) Gostoso Veneno 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)


9) Ao Povo em Forma de Arte 
(Wilson Moreira, Nei Lopes)


Aperte play para ouvir todo o disco ou toque no nome da faixa que deseja ouvi.


Gostaria de compartilhar com vocês o texto da contracapa do álbum, escrito por Rubem Confete.

"A arte legada pelos africanos à sociedade brasileira se mantém viva, em termos de Rio de Janeiro, nos subúrbios, nos morros e nas Baixadas. E no que diz respeito à música, Wilson Moreira e Nei Lopes se revelam legítimos porta-vozes dessa herança.

Wilson, do subúrbio de Realengo, descende uma família de jongueiros que se ramifica hoje por Avelar e Barra do Piraí, chegando até Juiz de Fora. Nei, Filho de um operário da Casa da Moeda, nasceu e se criou na freguesia de Irajá, onde o pai, Nascido em 1888, fora morar no início do século.

Na década de 50 várias agremiações de samba disputavam as preferências das vizinhas estações de Realengo e Padre Miguel. Lá então, Wilson se iniciou como sambista, primeiro carregando "gambiarra" na Unidos da Água Branca, depois passando pelas Escolas Voz de Orion e Três Mosqueteiros e, finalmente, ajudando a fundar a hoje famosa Mocidade Independente, onde foi autor dos sambas com que a Escola desfilou em 61 e 62.

Mas os sambas de Wilson ultrapassaram os limites de Realengo e Padre Miguel, alcançaram a Portela - por iniciativa do saudoso Natal - abriu suas portas para o compositor.

Já em Irajá, pela mesma época, o quintal do "Seu Luiz" recebia nos fins de semana um time respeitável de músicos amadores. E a "Tia Zica", compositora do Paz e Amor e depois da Portela criava lá um bloco infantil (comum na época) onde Nei se iniciava.

De mestre-sala e ritmista do Bloco Papa com Lombo, pouco depois o sambista se afirmava como compositor do Bloco do Rascunho, criação da família. E em 63 ingressava nos Acadêmicos do Salgueiro (escola do seu coração) onde, dez anos depois, era recebido na ala dos compositores.

Coube a Délcio Carvalho, outro grande compositor, a aproximação da dupla. E, a partir de 74, essa aproximação produziu uma parceria que hoje é uma das mais respeitadas e requisitadas do mundo do samba.

Este disco é uma coletânea de regravações dos principais sucessos da dupla, somados ao inédito "Silêncio de Bamba", homenagem póstuma a Candeia, fundados do G.R.A.N.E.S Quilombo, escola alternativa na qual Wilson e Nei venceram os sambas-enredo de 78, 79. Nele, estão contidas as diversas modalidades musicais cultivadas pelos negros cariocas e fluminenses como jongo, calando, partido-alto, samba de gafieira, samba de terreiro, samba-choro e samba-enredo. E tudo de uma forma despojada, como num autêntico disco de compositor.

Destaque especial par ao verdadeiro espírito de equipe que presidiu o trabalho, seja na produção do corretíssimo Genaro, seja na fidelidade de arranjos e regência do Maestro Rogério Rossini, seja na competência e na dedicação dos técnicos Dacy e Nivaldo Duarte que tão bem souberam compreender a arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes."
Por Rubem Confete


Gostaria também de compartilhar os comentários faixa a faixa do grande mestre Nei Lopes.

Só Chora Quem Ama
  • Primeira parte de Wilson Moreira com "versos" de minha autoria. Samba na tradição dos antigos "sambas de primeira", ou "sambas versados" da família do partido-alto. Foi lançado por Nadinho da Ilha em 1977. Em 2010 ganhou um remake e uma estrofe atualizadora, em regravação de Zeca Pagodinho com minha participação.
Goiabada Cascão 
  • No ambiente do Clube do Samba, por volta de 75, o jornalista Sérgio Cabral elogiou Dino Sete Cordas. Disse que o grande violonista era uma raridade, como "goiabada cascão, em caixa". Vi ali o mote para mais uma letra musicada por Wilson.
Mel e Mamão com Açúcar
  • Letra e música de Wilson Moreira sobre um dito comum no ambiente do sistema penitenciário carioca na década de 1970. "Mamão com Açúcar" quer dizer tranquilidade, felicidade, paz. Por ironia, claro!
Coisa da Antiga
  • Samba composto em 1976 e gravado por Clara Nunes no ano seguinte. Wilson trouxe a ideia e a primeira parte da letra já pronta. Compus os versos restantes e meu parceiro musicou. O interessante é que o título sugerido por Moreira era "Tina, Barril e Bica".
Coité, Cuia
  • Uma das primeira obras de nossa parceria, este samba-calango foi lançado por Roberto Ribeiro em 1977 e frequentou o repertório do cantor Djavan, que entretanto, nunca o registrou em disco. Uma de minhas primeiras incursões no universo rural, mais íntimo de Wilson. Ele compôs toda a primeira parte, eu compus a segunda.
Gotas de Veneno
  • Lançado em 1978 por Jair Rodrigues, foi um dos campeões de execução carnavalesca naquele ano e nos anos seguintes, e é tocado até hoje. É um dos três venenos de Wilson Moreira, juntamente com "Não tem Veneno" (parceria com Candeia) e "Gostoso Veneno".
Senhora Liberdade
  • Um dia, no final dos anos 1970, eu, ex-advogado, pedi informações ao agente penitenciário Wilson sobre a existência ou não da tradição do "samba de cadeia", pungente, arrependido. Ante a confirmação, a meio-dia foi encomendada e composta, e a letra saiu exatamente como devia. Só que a melodia da segunda parte tornou-se a primeira e o samba, sucesso de 1979, foi entendido como um dos hinos da Anistia.
Noventa Anos de Abolição
  • Samba-enredo vencedor no G.R.A.N.E.S Quilombo (escola de samba alternativa fundada por Candeia), nos preparativos para o carnaval de 1979. Foi gravado por Clara Nunes, mas o disco não saiu.
Silêncio de um Bamba
  • No Quilombo, às vésperas do carnaval de 1978, o mestre-sala foi assassinado na porta do clube onde a escola ensaiava. Wilson teve  ideia da homenagem póstuma, concretizada meses depois, quando faleceu Candeia, com uma segunda parte que evoca sua trajetória.
Samba do Irajá
  • Por volta de 1975 em crise existencial, tendo que aceitar trabalho em um ambiente politicamente desprezível, lembrei de meu pai, homem de rígidos princípios, sepultado no dia em que eu fazia 18 anos. Letra e melodia nasceram juntas, numa lágrima furtiva.
Não Foi Ela
  • Pungente samba romântico de 1978. Ganhou sobre-vida após a gravação de Zeca Pagodinho, em 1997, tornando-se um hit nas rodas do chamado "samba de raiz".
Candongueiros
  • Lançado por Clara Nunes em 1978, este samba-longo foi motivado pelas recordações do seu João, velho morador de Olinda, Nilópolis, pai de meu colega Silvano da Silva, que mais tarde se tornaria juiz. Foi seu João, jongueiro em sua terra natal, quem me explicou o que era candongueiro. E Wilson vestiu a letra com instigante melodia.
Gostoso Veneno
  • Samba de 1979. Lançado por Alcione, é talvez o mais conhecido de minha parceria com Wilson Moreira, com mais de dezenas de registros. Tornou-se internacional com uma gravação instrumental da orquestra Paul Mauriat e, depois, ganhou versão angolana, com o grupo Semba Tropical.
Ao Povo em Forma de Arte
  • Samba-enredo do G.R.A.N.E.S Quilombo no carnaval de 1978. Gravado inicialmente por Candeia, é considerado um dos melhores sambas-enredo de todos os tempos.

Para saber mais sobre Wilson e Nei, acesse:
Baixe o disco clicando no link ao lado: A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes (OBS: Caso não haja visualização da pasta com as faixas, clique em Download e depois em Fazer download mesmo assim)

Referências
  • https://www.letras.mus.br
  • https://letrasdesambarock.blogspot.com/2012/10/noventa-anos-de-abolicao-wilson-moreira.html
  • http://cliquemusic.uol.com.br/discos/ver/a-arte-negra-de-wilson-moreira-e-nei-lopes
  • https://sambaderaiz.org/albuns/a-arte-negra-de-wilson-moreira-e-nei-lopes-1980/
  • https://namiradogroove.com.br/blog/grandes-albuns/wilson-moreira-nei-lopes-a-arte-negra-de-wilson-moreira-nei-lopes-1980
  • http://radiobatuta.com.br/programa/a-arte-negra-de-wilson-moreira-e-nei-lopes/
  • https://blogdoims.com.br/a-arte-negra-de-wilson-moreira-e-nei-lopes-30-anos/
  • http://dicionariompb.com.br
Colaboradores:
Web Interface: Felipe Kogati, Leonardo Honório

Comentários

  1. Que preciosidade essa versão de gostoso veneno!!! Não conhecia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este disco é todo bom. Esta versão é realmente muito bonita mesmo. Obrigado pelo comentário, Bizunga.

      Excluir
  2. Abra as asas sobre nós , senhora liberdade..... É disso que eu tô falando.

    ResponderExcluir

Postar um comentário