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Destaque
Postado por
Claudio Carvalho
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Álbum: Elton Medeiros
Artista: Élton Medeiros - "Elton Antônio Medeiros"
Ano: 1973
Gravadora: Odeon
Arranjos: Orlando Silveira, Cristóvão Bastos, Copinha
Assistente de Produção: Paulinho da Viola
Diretor de Produção: Milton Miranda
Diretor Musical: Maestro Gaya
- Flauta: Copinha
- Teclado: Cristóvão Bastos
- Cavaquinho: Jonas Pereira da Silva
- Violão: Cristóvão Bastos
- Violão 7 Cordas: Dino 7 Cordas
- Contrabaixo: Dininho
- Caixa de Fósforos: Elton Medeiros
- Bateria: Juquinha
- Ritmo: Dazinho, Elizeu, Mestre Marçal, Geraldo Sabino
Informações
- Player com as músicas do disco está disponível logo após as faixas.
- Há um trombonista nas faixas 2, 7, 9 e 12 para o qual não há crédito. Há um coro para o qual não há crédito. Há sopros nas faixas 4, 5, 6, 8 para os quais não há créditos. (Informação extraída do site discosdobrasil)
Curiosidades
- Álbum extraído do site Fatal A Todo Vapor.
Faixas
LADO A
1) Avenida Fechada
(Ântonio Valente, Cristovão Bastos e Elton Medeiros)
Letra
Avenida Fechada
Chora meu peito Assim desse jeito pra que cantar Enquanto a avenida estiver fechada Pra quem não puder pagar Nem um canto sequer pra ver A sua escola Passando, sambando Tanta beleza Desfila presa no meu coração Ver chegar o povo querendo brincar E saber que agora não tem mais lugar Pela cidade toda enfeitada Parece até que o povo vai desenfeitar Não me leve a mal Mas muito luxo pode atrapalhar Alegria ninguém pode fabricar Um bom carnaval Se faz com gente feliz a cantar Pelas ruas um samba bem popularÂntonio Valente, Cristovão Bastos e Elton Medeiros
2) Pra Bater Minha Viola
(Elton Medeiros)
Letra
Pra Bater Minha Viola
Pra bater minha viola Fiz um samba sem razão Fiz um samba sem dar bola Pras coisas do coração Pelo meu viver tão diferente Procurei em toda gente Coisa que não dá paixão E fiz meu samba de um vazio Ostensivamente frio Sem marcas de ilusão Pra bater minha viola Fiz um samba sem razão Fiz um samba sem dar bola Pras coisas do coração Sinto meu viver tristonho esqueço É sinal de que mereço Tudo sem reclamação Só fiz meu samba por esmola Pra salvar minha viola Das garras da solidãoElton Medeiros
3) Pressentimento
(Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho)
Letra
Pressentimento
Ai! ardido peito Quem irá entender o teu segredo? Quem ira pousar em teu destino? e depois morrer do teu amor? Ai! mas quem virá? Me pergunto a toda hora E a resposta é o silêncio Que atravessa a madrugada Vem meu novo amor Vou deixar a casa aberta Já escuto os teus passos Procurando meu abrigo Vem, que o sol raiou Os jardins estão florindo Tudo faz pressentimento Que este é o tempo ansiado De se ter felicidadeElton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho
4) Meu Carnaval
(Cacaso e Elton Medeiros)
Letra
Meu Carnaval
Muita gente na folia Cantando sem perceber Que eu buscava na avenida A razão para não sofrer Meu amor quis brincar o carnaval E saiu pela avenida Escolas a desfilar Foi vestida de alegria E saiu para não voltar E eu vestido de tristeza Cantei para não chorar Eu quisera ser feliz Mas a felicidade foi uma quimera no meu coração Preferia não falar Mas eu preciso fazer minha confissão Ai de quem nunca teve amor Mesmo iludido encontro esperança no meu padecer Pois o mais importante é viverCacaso / Elton Medeiros
5) Fotos e Fatos
(Elton Medeiros e Otávio de Morais)
Letra
Fotos e Fatos
Teus retratos Saudade colecionou De um grande amor guardado Entre os guardados A que o coração se acostumou Colados por dentro da porta do armário Horário feliz de um tempo que passou Fotos e fatos O que passou Não mudou Nem mudarão seus atos Só nos retratos Teu sorriso lindo amarelou Colados por dentro da porta do armário Horário feliz de um tempo que passou Homem nenhum se envergonha Se guarda o que sonha Se é sonhador Guardo os sorrisos nas fotos E os tempos remotos Em que ela me amou Colados por dentro da porta do armário Horário do tempo em que ela me amou Teus retratos Saudade colecionou De um grande amor guardado Entre os guardados A que o coração se acostumouElton Medeiros e Otávio de Morais
6) Pot-Pourri:
Mascarada
(Elton Medeiros e Zé Ketti)
O Sol Nascerá
(Cartola e Elton Medeiros)
LADO B
1) Vem Mais Devagar
(Elton Medeiros e Joacyr Santana)
Letra
Vem Mais Devagar
Vem mais devagar Na empolgação Pra não magoar meu coração Começo a morar Na sua invenção Mas não vai dar pé pra você não Você vive a falar que a minha vida pode melhorar Mas não vejo a solução Este mundo não é seu Nem a minha opinião Vem mais devagarElton Medeiros / Joacyr Santana
2) Sebastiana
(Ciro de Souza e Elton Medeiros)
Letra
Sebastiana
Sebastiana desfilando na avenida Vai vestida de princesa Num carnaval tristeza. Vai no compasso De quem pisa na saudade De quem pisa na verdade De uma vida de incertezas Traz nos bordados Paetês plumas e rendas Na mais pura das vontades De crescer sem ter pra quê Porque, de fato na verdade mascarada Que é por todos comentada Sebastiana não crê. Antigamente, Quando a escola desfilava Sebastiana cantava Esbanjando animação Mas hoje em dia Apesar da fantasia Sebastiana desfila Sem demonstrar emoção Talvez quem sabe Já não há mais ambiente Pra quem é do samba quente E samba por devoção. No meio de gente nobre, Esta princesa tão pobre Perdeu a motivaçãoCiro de Souza e Elton Medeiro
3) Sandália Dourada
(Elton Medeiros)
Letra
Sandália Dourada
Mandei fazer Pra você pisar no asfalto Uma sandália dourada De salto bem alto Eu mandei Mandei fazer Pra você pisar no asfalto Uma sandália dourada De salto bem alto Menina dos olhos tristes Vou lhe dar muita alegria E a tristeza é a nossa vida Sem sandália e fantasia Mandei Mandei fazer Pra você pisar no asfalto Uma sandália dourada De salto bem alto Eu mandei Mandei fazer Pra você pisar no asfalto Uma sandália dourada De salto bem alto Eu que não era de samba Me amarrei na sua linha Mas eu sempre quis ser bamba Já vi que a sorte foi minha Mandei Mandei fazer Pra você pisar no asfalto Uma sandália dourada De salto bem alto Eu mandei Mandei fazer Pra você pisar no asfalto Uma sandália dourada De salto bem alto Esta sandália dourada É pra gastar na cidade Mas se quiser dar um tempo, lá no seu subúrbio Eu lhe faço a vontade Mandei Mandei fazer...Elton Medeiros
4) Vazio
(Elton Medeiros e Mauro Duarte)
Letra
Vazio
Ando tão vazio E esta irregularidade persiste Se pelo menos existisse uma saudade Eu estaria triste Silêncio trago dentro de minh’alma enfim Não sei pra onde vou nem de onde vim Se faço referência a tão cruel situação É num instante de alucinaçãoElton Medeiros / Mauro Duarte
5) Hora H
(Antonio Valente e Elton Medeiros)
Letra
Hora H
De nada me valeu Na hora “H” correu Sem dó, nem despedida Nem deu satisfação E me deixou na mão Me arruinou a vida E eu lhe dei casa e comida Mas ela deu no pé Não soube ser mulher Fiel agradecida Dizem que ela agora quer voltar Errar só uma vez Não vou virar freguêsAntonio Valente e Elton Medeiros
6) Sei Chorar
(Cartola)
Letra
Sei Chorar
Sei chorar Eu também já sei sentir a dor Estou cansado de ouvir dizer Que aprende-se a sofrer no amor Hoje eu choro E a mulher que adoro talvez Caída em braços de outro sorrindo Repete as mesmas promessas mentindo Fui iludido Sim, pela primeira vez no amor E quase sempre seu nome repito Em cada frase um suspiro de dorCartola
Aperte play para ouvir todo o disco ou toque no nome da faixa que deseja ouvi.
Gostaria de compartilhar o texto de contracapa (Grande texto, diga-se de passagem), escrito por Juarez Barroso:
"Imagine-se um respeitável orixá - Um Xangô maduro - sabedor da vida que um dia se recusou a vestir suas cores para dançar. Um orixá que, ao som dos atabaques, baixou em seu cavalo apenas para um desabafo:"Neste candomblé só da turista. Me desculpem mas esta não é a minha. Procurem outra".
No quadro do que seria a cultura popular carioca - samba, carnaval, essas coisas - esse orixá se chama Élton Medeiros. Élton Antônio Medeiros, conforme identidade. Nascido na Glória, bairro de tradições populares (a festa de Nossa Senhora da Glória). Filho de funcionário do Arsenal da Marinha, participante da fundação de duas Escolas de Samba (Tupi de Brás de Pina e Unidos de Lucas) e da primeira ala de compositores realmente organizada (Aprendizes de Lucas - e isto deu o que falar), padrinho da famosa ala de compositores da Portela, Élton, certo dia, levantou os olhos para arquibancadas e só viu turistas, olhou em volta e só viu crioula malabarista, crioula de passo marcado e grã-fina vestida de dama imperial - o povo que vive de samba, estava lá fora sem poder entrar. Ao que disse Élton:"Não sou bandeja de borboleta para ser vendido a gringo". Desvestiu as cores da escola de samba e nunca mais ouvidos turísticos ouviram seu samba.
O trabalho de Élton, para os que sabem compreendê-lo em toda extensão, é um reflexo dessa atitude crítica diante das pessoas, diante do samba e da música. Compositor de vasta carreira, registrada em vozes como a de Jamelão, Elizeth Cardoso, Paulinho da Viola, Dalva de Oliveira, Elza Soares, Élton é o popular que se refina. Sua pureza é a do sambista que, da mesa de botequim, contempla a vida, ou a do 'falso malando'. Faz questão de saber para aonde vai. Analisa, depara e seleciona a partir daí. Inspiração para ele é apenas a base, para ele atingir o produto final que assim, o coloca entre os melhores nossa música popular.
Este é o primeiro disco individual de Élton (Em 1966 dividiu com Paulinho da Viola as faixas do excelente LP Samba Na Madrugada). É uma síntese de seu trabalho, um mapa de sua caminhada desde um "Mascarada", por exemplo, até inéditos como "Avenida Fechada" e "Sebastiana". É uma síntese, na qual ele homenageia seus parceiros principais, deixando claro, outra característica de Élton, conservando sua identidade, ele funciona como denominador comum entre épocas e sensibilidades, entre sambistas como Joacyr, Zé Ketti, Mauro Bolacha, um veterano Ciro de Sousa (autor de "Tenha Pena de Mim"), ou o novíssimo Cristóvão Bastos (Pianista e Arranjador) e o poeta-pedreiro Angenor de Oliveira, o Cartola.
Pureza, espontaneidade esse disco tem. Mas ninguém espere ouvir um daqueles discos de samba "gravados ao vivo", em "clima de feijoada" ou outras expressões usadas para encobrir deslizes da produção. Este disco foi tratado com carinho profissional, com sentido criativo, sem firulas repetidas e uma autenticidade tão levianamente invocada e explorada por ai.
Dos grandes parceiros de Élton, um ficou de fora (Ou mais dentro que os outros): Paulinho da Viola, produtor do disco - Élton fez questão disso - esmerou-se na arrumação da casa, comprou o vinho, organizou o cardápio, atendo aos menores detalhes para o êxito da recepção. E como um mordomo digno, está agora, recebendo os convidados para essa noite de gala de seu irmão musical. Festa que é sua, parabéns.
Juarez Barroso - Outubro de 1973"
Compartilho também a versão do samba de Ciro de Sousa, Tenha Pena de Mim, citado no texto acima. Confesso que não conhecia este samba, que tem a parceria de Babaú da Mangueira, e foi gravado por Aracy de Almeida em 1937, acompanhada de João da Baiana (Pandeiro), Luiz Americano (Clarinete) e Oliveira da Cuíca. Enfim, é só clicar no link abaixo:
Para saber mais sobre o grande Elton Medeiros, acesse:
Referências
Gostaria de compartilhar o texto de contracapa (Grande texto, diga-se de passagem), escrito por Juarez Barroso:
"Imagine-se um respeitável orixá - Um Xangô maduro - sabedor da vida que um dia se recusou a vestir suas cores para dançar. Um orixá que, ao som dos atabaques, baixou em seu cavalo apenas para um desabafo:"Neste candomblé só da turista. Me desculpem mas esta não é a minha. Procurem outra".
No quadro do que seria a cultura popular carioca - samba, carnaval, essas coisas - esse orixá se chama Élton Medeiros. Élton Antônio Medeiros, conforme identidade. Nascido na Glória, bairro de tradições populares (a festa de Nossa Senhora da Glória). Filho de funcionário do Arsenal da Marinha, participante da fundação de duas Escolas de Samba (Tupi de Brás de Pina e Unidos de Lucas) e da primeira ala de compositores realmente organizada (Aprendizes de Lucas - e isto deu o que falar), padrinho da famosa ala de compositores da Portela, Élton, certo dia, levantou os olhos para arquibancadas e só viu turistas, olhou em volta e só viu crioula malabarista, crioula de passo marcado e grã-fina vestida de dama imperial - o povo que vive de samba, estava lá fora sem poder entrar. Ao que disse Élton:"Não sou bandeja de borboleta para ser vendido a gringo". Desvestiu as cores da escola de samba e nunca mais ouvidos turísticos ouviram seu samba.
O trabalho de Élton, para os que sabem compreendê-lo em toda extensão, é um reflexo dessa atitude crítica diante das pessoas, diante do samba e da música. Compositor de vasta carreira, registrada em vozes como a de Jamelão, Elizeth Cardoso, Paulinho da Viola, Dalva de Oliveira, Elza Soares, Élton é o popular que se refina. Sua pureza é a do sambista que, da mesa de botequim, contempla a vida, ou a do 'falso malando'. Faz questão de saber para aonde vai. Analisa, depara e seleciona a partir daí. Inspiração para ele é apenas a base, para ele atingir o produto final que assim, o coloca entre os melhores nossa música popular.
Este é o primeiro disco individual de Élton (Em 1966 dividiu com Paulinho da Viola as faixas do excelente LP Samba Na Madrugada). É uma síntese de seu trabalho, um mapa de sua caminhada desde um "Mascarada", por exemplo, até inéditos como "Avenida Fechada" e "Sebastiana". É uma síntese, na qual ele homenageia seus parceiros principais, deixando claro, outra característica de Élton, conservando sua identidade, ele funciona como denominador comum entre épocas e sensibilidades, entre sambistas como Joacyr, Zé Ketti, Mauro Bolacha, um veterano Ciro de Sousa (autor de "Tenha Pena de Mim"), ou o novíssimo Cristóvão Bastos (Pianista e Arranjador) e o poeta-pedreiro Angenor de Oliveira, o Cartola.
Pureza, espontaneidade esse disco tem. Mas ninguém espere ouvir um daqueles discos de samba "gravados ao vivo", em "clima de feijoada" ou outras expressões usadas para encobrir deslizes da produção. Este disco foi tratado com carinho profissional, com sentido criativo, sem firulas repetidas e uma autenticidade tão levianamente invocada e explorada por ai.
Dos grandes parceiros de Élton, um ficou de fora (Ou mais dentro que os outros): Paulinho da Viola, produtor do disco - Élton fez questão disso - esmerou-se na arrumação da casa, comprou o vinho, organizou o cardápio, atendo aos menores detalhes para o êxito da recepção. E como um mordomo digno, está agora, recebendo os convidados para essa noite de gala de seu irmão musical. Festa que é sua, parabéns.
Juarez Barroso - Outubro de 1973"
Compartilho também a versão do samba de Ciro de Sousa, Tenha Pena de Mim, citado no texto acima. Confesso que não conhecia este samba, que tem a parceria de Babaú da Mangueira, e foi gravado por Aracy de Almeida em 1937, acompanhada de João da Baiana (Pandeiro), Luiz Americano (Clarinete) e Oliveira da Cuíca. Enfim, é só clicar no link abaixo:
Para saber mais sobre o grande Elton Medeiros, acesse:
Baixe o disco clicando no link ao lado: Elton Medeiros (OBS: Caso não haja visualização da pasta com as faixas, clique em Download e depois em Fazer download mesmo assim)
- https://sambaderaiz.org/albuns/elton-medeiros-1973/
- http://vermutecomamendoim.blogspot.com/2010/08/disco-da-semana-elton-medeiros-1973.html
- http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/consulta/detalhe.php?Id_Disco=DI01566
- https://immub.org/album/elton-medeiros
- http://dicionariompb.com.br/elton-medeiros
- https://letrasdesambarock.blogspot.com/
- http://lafrancequisamba.canalblog.com/archives/2012/11/12/25426465.html
- https://www.letras.mus.br
- http://sambafalado.blogspot.com/2009/05/meu-carnaval-elton-medeiros-cacaso.html
- https://www.youtube.com/watch?v=7a9J3E1FcEw
- https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-943781018-cd-elton-medeiros-1973-produco-paulinho-da-viola-samba-_JM#position=5&type=item&tracking_id=183adf76-cc81-4a64-ae10-891c4d50a536
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